A sessão ordinária da Câmara de Salvador, na tarde desta segunda-feira (15), foi marcada por críticas ao secretário municipal de Educação, Thiago Dantas. O chefe da pasta na gestão do prefeito Bruno Reis (UB) era aguardado para uma reunião com vereadores e representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB).
O objetivo seria tratar de um projeto de lei do Executivo que trata de interesses dos profissionais da educação. O PL prevê gratificações de Aprimoramento Profissional e Otimização do Tempo com valores que variam de 2,5% a 25% do vencimento-base para os docentes.
O secretário municipal de Gestão, Alexandre Tinôco, foi quem compareceu ao Legislativo para representar o município. No entanto, a ausência do secretário de Educação pegou mal até mesmo entre a base aliada ao prefeito Bruno Reis.
O presidente da Câmara, Carlos Muniz (PSDB), chegou a abrir uma votação com os líderes partidários presentes à sessão. A ideia era decidir se a reunião ocorreria com o secretário Tinôco, diante da ausência de Dantas. Por um placar apertado de 8 a 7, a reunião recebeu aprovação para acontecer nesta segunda-feira.
“Não dá satisfação”
Apesar do indicativo de realização da reunião, Carlos Muniz desabafou:
“Isso é um desgaste. Desgaste maior ainda para o governo [Bruno Reis]. Sabe por quê? Porque o secretário do governo [Thiago Dantas] não poderia vim, sabia que a maioria da base governista queria que ele estivesse presente, ele poderia adiar. Muitas vezes, enxugar gelo é difícil. Thiago Dantas não esteve aqui em nenhuma negociação, em nenhum momento. A Câmara foi invadida, teve aquele problema todo com os profissionais da educação. Em um momento desse, em que ele é convidado a participar, ele não aparece e não dá satisfação. É difícil. Então, quem está se desgastando com tudo isso aqui é o secretário Tiago Dantas”, discursou Muniz.
Posteriormente, o presidente da Câmara ainda lembrou que os próprios vereadores da base estão mais empenhados pela participação de Thiago Dantas do que os vereadores da oposição.
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Diante da insatisfação, Muniz chegou a cogitar uma convocação ao secretário de Educação. Assim, a presença deixaria de ser facultativa e passaria a ter caráter obrigatório. “Se os vereadores decidirem fazer uma convocação, nós convocamos. Se a decisão for por um convite, nós convidamos. Aqui os vereadores decidem. A Casa é independente e a decisão é dos vereadores”, disse o chefe do Legislativo.
Outro vereador aliado ao prefeito Bruno Reis que externou insatisfação com a ausência de Thiago Dantas na reunião foi Ricardo Almeida (DC). Além disso, o legislador lembrou do fatídico 22 de maio, quando servidores municipais invadiram uma sessão ordinária. Na época, os vereadores votavam um projeto do prefeito Bruno Reis. Conforme alegou a categoria, o texto do Executivo foi para à Câmara sem a devida discussão com os trabalhadores.
“Não podemos esquecer do dia 22 de maio. Nós tivemos problemas com a votação do projeto por causa de incompreensão por parte da APLB, que jogou no colo de Thiago Dantas a responsabilidade de fazer um projeto em desacordo com eles. Por isso solicitamos que o secretário estivesse aqui para que as dúvidas não permanecessem e não tivéssemos a repetição do dia 22 de maio nesta Casa. O secretário poderia explicar o projeto, acho que isso não seria nenhum problema para ele, e a APLB anuir ao projeto que já está previamente negociado, no bom sentido da palavra. Então, presidente, acredito que não poderíamos abrir mão da presença do secretário de Educação”, frisou Almeida
Por fim, a líder da oposição na Casa, vereadora Aladilce Souza (PCdoB), manifestou surpresa com a ausência do secretário de Educação para a reunião entre legisladores e professores.
“Soube aqui que o secretário está viajando e só volta na quinta-feira”, disse.
