Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O coletivo independente “Devolva Nosso Planserv” realizará no dia 27 de novembro, a partir das 9h30, uma manifestação em frente ao Hospital de Brotas, em Salvador, para cobrar do governo Jerônimo Rodrigues (PT) melhorias no plano de assistência à saúde dos servidores públicos da Bahia.

Entre as principais reivindicações estão a recomposição da cota patronal ao percentual histórico de 5%, vigente na criação do Planserv, a retomada dos hospitais credenciados e o reajuste do valor pago por consulta aos profissionais de saúde.

Em entrevista ao PS Notícias, a técnica de enfermagem aposentada Elizabeth de Oliveira, de 72 anos, afirmou que é necessário que o governo corrija distorções que, segundo ela, vêm comprometendo o atendimento.

“Nós não queremos que o governador construa um novo hospital, mas que retome os atendimentos nos hospitais que sempre tivemos e corrija o pagamento dos médicos, que estão recebendo R$ 65 por consulta. Queremos que o governo corrija o que fez de errado e volte também a pagar os 5% que são de responsabilidade dele, enquanto seguimos com a nossa parte do pagamento”, afirmou. 

Foto: PS Notícias/Ane Catarine ( Elizabeth de Oliveira)

Atualmente, o Planserv enfrenta uma crise financeira atribuída à redução da contribuição patronal do Estado, que passou de 5% para 2% durante a gestão do ex-governador Rui Costa (PT). Há dois anos, o governador Jerônimo Rodrigues reajustou essa participação em apenas 0,5%.

Esse valor, segundo Elizabeth, resulta em um déficit operacional crescente e em dificuldades de acesso a serviços médicos.

“Estamos sofrendo com a defasagem do Planserv. Estamos sem atendimento nos hospitais, principalmente nas emergências. Quando conseguimos marcar uma consulta, levamos dois ou três meses para ser atendidos. Tem pessoas morrendo no interior. Se aqui em Salvador já estamos enfrentando essa dificuldade, imagine quem vive no interior”, lamentou. 

Proposta do governo

Na última sexta-feira (7), o governo da Bahia apresentou uma proposta de reestruturação das contribuições do Planserv, que prevê um percentual único de 6,5% para todos os servidores, a criação de um valor mínimo de mensalidade de R$ 120 e um teto de R$ 1,2 mil na cobrança mensal.

O Estado também propõe aumentar gradualmente sua cota de contribuição, com acréscimo de 0,5% em 2026 e mais 0,5% em 2027, totalizando 1% a mais.

A proposta, no entanto, gera desconfiança entre os servidores, já que defendem o retorno ao percentual de 5%.

“A defesa sindical é pela recomposição da cota patronal ao patamar historicamente praticado quando da implantação do Planserv, e não por novas elevações de contribuição do servidor”, diz nota divulgada por sindicatos da categoria.