No último sábado (10), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) esteve em Salvador, onde recebeu a Comenda 2 de Julho. A honraria foi proposta na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) pelo deputado Samuel Júnior (Republicanos) e entregue durante evento na sede da Convenção Estadual das Assembleias de Deus no Estado da Bahia (Ceadeb).
Em seu discurso, a senadora, que foi ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos no governo Jair Bolsonaro, fez um forte desabafo sobre o estupro que sofreu quando residia na Bahia.
“Eu fui barbaramente estuprada por um falso pastor aqui em Vitória da Conquista e Feira de Santana. Agora vocês entendem porque essa medalha é forte para mim. No estado em que fui abusada, recebo a maior homenagem. É como se a Bahia tivesse dizendo para mim ‘perdão, menina'”, externou a senadora.
Em seu relato, Damares Alves contou que foi neste contexto de abuso sexual que tentou tirar a própria vida aos 10 anos de idade, subindo em um pé de goiaba. No discurso, ela também publicizou detalhes do estupro sofrido:
“Eu só tinha seis anos e era uma menina linda do cabelo comprido, filha de pastor. Sentava no primeiro banco feliz. E aquele falso pastor me estuprou. Na primeira vez, tinha muito sangue, muita dor. Me colocou no colo e disse: ‘você é culpada, você me seduziu. Você é suja, imunda e pecadora’. E eu fiquei achando que eu era imunda, suja e pecadora. Ele não poderia ter tocado no meu corpo, não poderia ter dito aquilo”, desabafou.
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Pedidos de socorro
Conhecida atualmente por sua atuação no combate à pedofilia e proteção à infância, Damares Alves contou que ninguém no seu entorno percebeu o que estava acontecendo.
“Ninguém na minha igreja viu que eu parei de cantar. Ninguém viu que eu parei de sentar no primeiro banco e passei a sentar no último. O meu pai não viu porque estava muito ocupado construindo um grande templo. A mãe muito ocupada dirigindo um círculo de oração. Todo mundo ocupado quando eu tinha seis anos de idade”, contextualizou.
Os abusos cessaram, complementou a senadora, porque o caso foi descoberto e o pastor transferido. “Foram dois anos de dor e sofrimento. Até que ele sumiu. Sabe por que ele sumiu? Porque descobriram e mandaram ele para outro campo. Era assim que a gente fazia. Não mandava para a cadeia, mandava para outro campo”, relembrou.
Assista abaixo o vídeo completo do relato da senadora Damares Alves:
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