

Mesmo com um desconto de R$ 400, conseguido através de uma promoção, a engenheira Niedja Sodré, considerou a despesa alta. "Eu entendo que teve o custo das empresas para poder equipar [a autoescola], mas me parece que foi repassado de uma forma a curto prazo, e elevou muito o preço do curso para tirar essa carteira", atribuiu. Entre o monitoramento das aulas práticas e teóricas, testes e simuladores teóricos e práticos, o custo pode chegar a R$ 770, para quem quer dirigir carro. Além disso, o candidato precisa de um laudo técnico, exames clínicos e psicoteste, licença para aprendizagem e o aluguel do carro para a realização da prova prática, que custa em média R$ 670 reais. Se, além da direção para carro, o candidato desejar incluir moto na habilitação, o valor total pode ultrapassar os R$ 2200.
A vendedora Ocilene Santos precisou fazer economia durante um tempo para realizar o sonho de dirigir. "Eu consegui um desconto de mais de R$ 200, mas juntando tudo, a autoescola, os exames, já está em torno de mais de R$ 2 mil reais", contou.
Autoescolas em crise
Em um das autoescolas da capital, a queda no número de alunos chegou a 70%. Para atrair os alunos, Abelardo Filho, dono da empresa, procura formas de facilitar o pagamento. "Conseguimos uma empresa que financia a carteira em até 12 parcelas, e por isso temos conseguido retomar a clientela gradativamente", disse. Das 351 autoescolas do estado, seis fecharam as portas do ano passado até hoje. Outras 11 estão com dificuldades de renovar a licença anual com o Detran, porque não estão com as contas em dia. Conforme o presidente do Sindicato das Autoescolas em Salvador, Francisco de Assis, algumas empresas recorrem ao Sindauto para tentar manter o negócio em funcionamento.
"Nos últimos 60 dias aqui no sindicato já nos apareceram seis empresas pedindo que nós fizessemos um ofício para solicitar ao Detran a prorrogação do prazo, para que eles venham tentar uma alternativa para que venham se sustentar", pontuou.
Reprodução: G1 – Bahia


