Duas mulheres negras denunciaram ter sido vítimas de racismo na noite do último sábado (20) no Bar Pirambeira, no bairro da Pituba, em Salvador. Eisa Maria e Aline contaram que foram impedidas de entrar sem justificativa, enquanto outras pessoas acessavam o bar normalmente.
“Saímos de casa para nos divertir. Chegamos ao bar por volta das 18h e permanecemos na porta até às 21h sem conseguir entrar. Nesse período, várias pessoas entraram, inclusive algumas que chegaram depois de nós”, relataram.
Segundo elas, os funcionários deram diferentes desculpas: “Diziam que não havia mesa ou cadeira disponível. Mas víamos pessoas entrando e ficando em pé. Quando perguntei o motivo, fui mal recebida por uma mulher branca, que se recusou a ouvir minha queixa naquele momento”, disse Eisa.
Ainda de acordo com as vítimas, a mesma funcionária chegou a convidá-las a entrar para “ver que o espaço estava lotado”. Dentro do bar, encontraram uma mesa vaga, igual às disponíveis para outros clientes que estavam em pé.
Ao questionar um garçom sobre a possibilidade de permanecerem, receberam a resposta de que dependia da mulher que não queria deixá-las entrar.
Ao saírem, outra pessoa reforçou a suspeita de discriminação: “Olha, quando vocês entraram, a recepcionista disse que vocês ainda tinham sorte de estar aqui”.
O que diz o bar
Em nota publicada após a repercussão do caso, o Bar Pirambeira lamentou profundamente que as clientes não tenham se sentido acolhidas e respeitadas e afirmou não compactuar com qualquer forma de preconceito.
“Recebemos com atenção a denúncia de possível caso de discriminação em nosso espaço. Reforçamos que não compactuamos, em hipótese alguma, com preconceito de qualquer natureza”, diz o trecho da nota.
Sobre a postura da recepcionista, o bar afirmou que a equipe é constantemente treinada para atender todos sem distinção, mas que, por limitações do espaço físico, nem sempre é possível receber todos que gostariam.
Por fim, informaram que entraram em contato com as vítimas para apurar o ocorrido.