
A influenciadora Bárbara Carini utilizou as redes sociais para criticar o prefeito de Salvador Bruno Reis (União Brasil) pela sanção de duas leis publicadas no Diário Oficial do Município. As normas tratam da obrigatoriedade do uso de manto tipo sudário em enterros da cidade e da autorização do uso da Bíblia como material paradidático nas escolas municipais e particulares.
No vídeo, que até as 21h desta quinta-feira (13) já ultrapassava 50 mil visualizações, a influenciadora, que soma mais de 600 mil seguidores no Instagram, questiona o impacto das medidas e afirma que as duas iniciativas violam o caráter laico do Estado e atingem religiões de matriz africana.
Salvador capital afro, para quem? Para quê? Eu faço essa pergunta aqui porque agora, nessa semana, no dia 11 de novembro, o prefeito Bruno Reis sancionou algumas leis que saíram no Diário Oficial.”
Na sequência, ela aborda a lei sancionada pelo prefeito, que determina o uso do manto tipo sudário em enterros realizados na cidade.
“A Lei 9.888 de 2025, que cria a obrigatoriedade do uso de manto tipo sudário em todos os enterros da cidade. O manto sudário é uma peça litúrgica cristã. Nem morto o sujeito tem paz. O corpo do morto não é do Estado. O cadáver pertence à família.”
Bíblia como material paradidático
No vídeo, Bárbara também criticou a segunda norma, que permite o uso da Bíblia como material complementar nas escolas do município.
A outra lei ele sancionou o que foi pautado pela Câmara Municipal, do uso da Bíblia como material paradidático nas escolas municipais da cidade, lei 9.893. Ele autorizou o uso da Bíblia, uma lei inconstitucional, porque a Constituição Federal Brasileira estabelece que o Estado é laico.”
De acordo com a influenciadora, ao escolher apenas um livro religioso, a gestão municipal privilegia uma única matriz de pensamento.
“Escolher uma religião é escolher um padrão civilizatório, um marco civilizatório como o único possível de existir, que é o branco, o europeu. Absurdo isso.”
Bárbara ainda defendeu que o prefeito deveria priorizar pautas que tratem da memória e da reparação dos povos negros na capital baiana.
“O prefeito, já que está preocupado com corpos, deveria estar olhando para o cemitério da Pupileira, com mais de 100 mil corpos de pessoas negras, indígenas e ex-escravizados, tentando fazer reparação histórica a essa desgraça humana que foi a escravidão vivida na nossa cidade.”


