
O que antes era sinônimo de movimentação e comércio popular hoje dá lugar a corredores desertos, vitrines fechadas e acúmulo de lixo. O Shopping Baixa dos Sapateiros, em Salvador, parece distante dos tempos em que fervilhava de clientes e era um dos principais pontos de compras do centro da cidade.
Inaugurado em 1982, o empreendimento já abrigou uma agência da Caixa Econômica Federal e um cartório, além de dezenas de lojas. Hoje, entretanto, o cenário é outro.
A decadência do espaço, inaugurado em 1982, voltou a ganhar destaque após um vídeo do influenciador Caio Costa, do perfil A Vida em Salvador, mostrar a situação de abandono. Nesta terça-feira (4), O PSNotícias foi até o local e constatou a insatisfação de lojistas e frequentadores.
Entre os comerciantes que ainda resistem no shopping, a esperança de dias melhores é o que mantém as portas abertas.
A esperança de melhorar. Eu tenho fé que alguém vai fazer alguma coisa por nós […] Tem época que a gente vende legal e tem época que não. Mas assim, alguns clientes já são fidelizados, né? Mas muito, muito aqui a gente não vende. Não tem aquele movimento todo como era pra ser”, contou uma lojista.
Outra comerciante desabafou sobre a falta de incentivos e o número de estabelecimentos fechados.
“É complicado porque a gente não tem incentivo de nenhum órgão. Muitas lojas fechadas. E a gente só conta mesmo com o nosso cliente fiel, que tá todo dia aqui com a gente. Dá pra sobreviver. Mas tá difícil. Precisamos de ajuda aqui nesse lugar”, disse.
Frequentadores também lamentam o cenário atual e pedem uma revitalização urgente da area.
“É complicado. O bom é que ainda tem alguns comércios que conseguem deixar esse lugar vivo, que é um lugar que vive na nossa memória. Ele era bem frequentado, tinha várias lojas, e agora acontece esse abandono. Mas a nossa esperança é que venha a ser revitalizada essa área, pra que volte a ter aquela alegria”, afirmou um visitante.
O que diz a administração do shopping
Em nota, a administração do shopping informou que aguarda o andamento do projeto de revitalização da Prefeitura de Salvador. A gestão destacou ainda que o local enfrenta sérios problemas de inadimplência.
De acordo com o comunicado, das 102 lojas existentes, apenas 20 seguem em funcionamento. Muitos proprietários deixaram de pagar o condomínio, o que dificulta a manutenção e o pleno funcionamento do espaço.


