
A proprietária do bar O Cravinho, Meire Gomes, falou pela primeira vez após a operação deflagrada na última quinta-feira (16) pelo Ministério da Agricultura, com apoio da Polícia Civil e outros órgãos. Em entrevista ao programa Ligação Direta, da Salvador FM, na noite desta sexta-feira (17), ela negou que o estabelecimento tenha sido interditado. Na ocasião, ela esclareceu que a decisão de suspender o funcionamento temporariamente partiu dela e do sócio. [veja vídeo ao final da matéria]
De acordo com Meire, o motivo está relacionado à pendência de um documento burocrático do Ministério da Agricultura.
Infelizmente, teve um documento que estava pendente da gente, da parte do Ministério da Agricultura, que é um documento que não tem relação com a qualidade da cachaça, não atesta, não é uma análise da cachaça. É um documento burocrático, mas infelizmente não foi liberado. Ficou de ser liberado ontem ou hoje, isso não aconteceu”, explicou.
A empresária disse ainda que, apesar de o bar não ter sido interditado, optou por mantê-lo fechado enquanto aguarda a liberação do documento. Sem ele, não pode vender o principal produto da casa. “Eu posso abrir o bar, mas enquanto esse documento não me for entregue, eu não posso vender cravinho. Mas, naturalmente, eu não vou abrir o Cravinho pra não poder vender cravinho”, disse.
Fechamento não tem relação com metanol
Durante a entrevista, Meire fez questão de reforçar que a operação e a suspensão das atividades não têm relação com a suspeita de metanol — substância associada a bebidas adulteradas.
Não tem relação nenhuma, de jeito nenhum, com o metanol, não tem relação nenhuma com bebida clandestina. O que infelizmente tem causado esse problema do metanol são essas bebidas feitas de forma clandestina. Não tem relação com isso”, afirmou.
A empresária também comentou o laudo técnico divulgado nesta sexta-feira (17) pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), que atestou a qualidade da cachaça produzida e vendida no bar.
“Inclusive hoje divulgamos uma análise da nossa cachaça que foi feita pela Ufba, que foi uma análise que eu pedi ao nosso engenheiro químico que solicitasse no final de setembro, logo que começou a ter esse problema lá em São Paulo. Primeira coisa que eu fiz foi pedir a ele: solicite uma análise, porque quando a vigilância chegar aqui, quando a fiscalização chegar aqui, é o documento que eu vou ter”.
Meire Gomes rebateu ainda uma fake news sobre suposta falta de alvará de funcionamento do Cravinho. “Infelizmente, foi um acontecimento horrível, fake, infelizmente de uma parte negativa da imprensa, irresponsável, eu diria assim. Inclusive, eu estou aqui com todos os documentos: alvará, notas fiscais… Imagina, foi dito que não tem nota fiscal. Eu estou aqui, só esse mês, com quatro notas fiscais. Imagine um bar que tem quase 50 anos não ter alvará de funcionamento”, questionou.