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O Instituto ProPulmão será oficialmente lançado no dia 13 de novembro, como o primeiro centro de referência nacional do Brasil voltado ao rastreamento e à detecção precoce do câncer de pulmão.

O Instituto representa o primeiro modelo brasileiro de rastreamento e cuidado integrado para doenças torácicas, oncológicas e cardiovasculares, unindo ciência, tecnologia e compaixão. A proposta é conectar a detecção precoce ao diagnóstico e à coordenação do cuidado a longo prazo, utilizando inteligência artificial (IA) para identificar pacientes com maior risco.

Em parceria com a Fundação Bahiana de Cardiologia e Combate ao Câncer (FBCCC) e financiado pela Bristol Myers Squibb Foundation (BMS Foundation), o Instituto se baseia em mais de uma década de trabalho pioneiro voltado a aprimorar o diagnóstico precoce em comunidades remotas de todo o país.

A iniciativa nasce com o propósito de transformar a realidade do câncer de pulmão, unindo ciência, inovação e cuidado humano no enfrentamento da principal causa de morte por câncer no mundo. O Instituto ProPulmão busca enfrentar esse desafio de forma direta, com ênfase no aumento do diagnóstico precoce e na construção de parcerias ampliadas entre o setor público, o setor privado e a academia.

“Nosso propósito é integrar o cuidado respiratório, oncológico e cardiovascular em um mesmo ecossistema de prevenção e inovação. Queremos antecipar o diagnóstico antes que a doença avance e reduzir o impacto do câncer de pulmão na população”,
destaca o cirurgião torácico Dr. Ricardo Sales, presidente do Instituto ProPulmão.

Pesquisadores de destaque, incluindo o International Early Lung Cancer Action Program (I-ELCAP), vêm defendendo há anos modelos de rastreamento mais integrados e centrados no paciente, mas poucos foram implementados em larga escala, especialmente em contextos com poucos recursos.

“Na Bristol Myers Squibb Foundation, temos o compromisso de desenvolver modelos de cuidado que alcancem os pacientes onde eles estão e ampliem o acesso à detecção precoce e ao tratamento”,
declarou Catharine Grimes, presidente da Fundação.

“O que torna esta iniciativa especialmente notável é sua abordagem pioneira de usar uma única tomografia de baixa dose para rastrear câncer de pulmão, além de doenças cardiovasculares e respiratórias ao mesmo tempo”,
acrescenta.

“Esse projeto trará inúmeros benefícios à população, começando pela Bahia e, em breve, alcançando outros estados do país. Sem dúvida, um projeto vitorioso, com grande potencial para se expandir por toda a Federação”,
afirma Dr. Evandro de Araújo Júnior, presidente da Fundação Bahiana de Cardiologia e Combate ao Câncer.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de pulmão é a principal causa de morte por câncer no mundo. No Brasil, estima-se que mais de 32 mil novos casos sejam diagnosticados até o fim de 2025 — quase 90% deles em estágios avançados, quando as chances de cura são significativamente reduzidas.

Cenário do Câncer de Pulmão na Bahia

A Bahia responde por 17,9% de todos os casos registrados no país e enfrenta desafios estruturais que tornam a região mais vulnerável à mortalidade pela doença. Com vastas áreas rurais e remotas, o estado apresenta baixa cobertura do sistema de saúde, com a maioria dos serviços oncológicos concentrados na capital, Salvador, além de barreiras socioeconômicas que dificultam o acesso de pacientes de comunidades com poucos recursos médicos.

Projeto ProPulmão: a origem da iniciativa

O trabalho que deu origem ao Instituto começou em 2012, com o Projeto ProPulmão, financiado pelo PROADI-SUS, no Hospital Israelita Albert Einstein, onde foi consolidado um modelo de referência em rastreamento do câncer de pulmão no Brasil.

Em parceria com a Universidade SENAI CIMATEC, o projeto implantou a Carreta da Saúde Respiratória, uma clínica móvel equipada com tomógrafo de baixa dose (TCBD), que percorreu diversas cidades da Bahia. A iniciativa ampliou o acesso ao rastreamento do câncer de pulmão em comunidades desassistidas, gerando pesquisas inovadoras sobre o alcance de populações de alto risco.

Iniciativas e Ações do Instituto ProPulmão

O Instituto também pretende atuar na base do sistema de saúde, fortalecendo a atenção primária por meio de ações de educação e conscientização sobre os riscos do cigarro, da nicotina e dos dispositivos eletrônicos.

“A prevenção à nicotina, em qualquer forma, é essencial para proteger as novas gerações. Precisamos unir esforços de saúde e educação para conter essa epidemia silenciosa”,
afirma Dr. Almério Machado Jr., pneumologista líder do ProPulmão na Bahia.

“Educar é prevenir. Precisamos atuar junto às escolas e comunidades para evitar que jovens se tornem dependentes da nicotina, seja pelo cigarro tradicional ou por dispositivos eletrônicos”, reforça Dr. Ricardo Sales.

O Instituto também vai promover o manejo da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), em parceria com a Fundação ProAR, referência nacional em doenças respiratórias.

“A DPOC é um problema subdiagnosticado que precisa estar na mesma agenda da prevenção do câncer de pulmão, pois compartilha o mesmo fator de risco: o tabagismo”,
explica Dr. Álvaro Cruz, presidente da Fundação ProAR.

No campo cardiovascular, a TCBD também será usada para o estudo das artérias coronárias, permitindo identificar precocemente o risco de doenças cardíacas.

“A integração entre o rastreamento pulmonar e a avaliação das coronárias representa um avanço concreto na medicina preventiva, unindo tecnologia e cuidado integral do paciente”,
completa o cardiologista Dr. Maurício Barreto.

Rastreamento no Brasil e Ações de Urgência

Enquanto diversos países já possuem programas padronizados de rastreamento do câncer de pulmão, o Brasil ainda enfrenta barreiras significativas, como a escassez de tomógrafos e a falta de coordenação entre as redes de cuidado. Esses obstáculos são ainda maiores nas áreas rurais, reforçando a importância das parcerias público-privadas para levar o diagnóstico além dos grandes centros urbanos.

Para reduzir essas desigualdades, o Instituto planeja reativar sua unidade móvel de saúde, equipada com tomógrafo e estrutura diagnóstica completa, levando o rastreamento precoce a comunidades e municípios de toda a Bahia.

“É uma ferramenta transformadora. A unidade móvel aproxima o diagnóstico da população e amplia o alcance das ações preventivas, especialmente em áreas com acesso limitado”,
destaca o radiologista Dr. César de Araújo Neto, líder do ProPulmão.

Planos para o Futuro e Integração com o SUS

Futuros avanços e integração com o SUS

Está em tramitação no Congresso Nacional o Projeto de Lei (PL) 2550/2024, de autoria da deputada Flávia Morais, que estabelece diretrizes para a Política de Rastreamento e Diagnóstico Precoce do Câncer de Pulmão no SUS. A proposta busca instituir o rastreamento como política pública nacional, com recursos e orientações específicas para sua implementação.

O Instituto ProPulmão também está estruturando um ecossistema completo de diagnóstico por imagem, incluindo biópsias por broncoscopia e punções guiadas por tomografia ou ultrassom. Esses procedimentos deverão ser oferecidos em breve a pacientes do SUS, fortalecendo uma linha de cuidado respiratório integrada ao diagnóstico precoce.