Psiquiatra explica

Talaricagem? Entenda a Síndrome de Fortunata, comportamento de quem se apaixona por pessoas casadas

Em entrevista ao programa Toda Hora, da Salvador FM, na manhã desta terça-feira (13), o psiquiatra Vinicius Pedreira explicou o conceito

Foto: Reprodução/Youtube
Foto: Reprodução/Youtube

Você já ouviu falar na Síndrome de Fortunata? Apesar do nome, não se trata de uma doença nem de um transtorno reconhecido oficialmente. O termo, no entanto, é usado na psiquiatria para descrever um padrão de comportamento recorrente — e que pode causar sérios prejuízos emocionais e relacionais.

Em entrevista ao programa Toda Hora, da Salvador FM, na manhã desta terça-feira (13), o psiquiatra Vinicius Pedreira explicou o conceito. Segundo ele, a síndrome caracteriza pessoas, geralmente mulheres, que desenvolvem sentimentos intensos por pessoas comprometidas — a ponto de desejarem tomar o lugar do cônjuge oficial.

“A síndrome de Fortunata não é uma doença, nem um transtorno em si. Mas é uma síndrome porque caracteriza um comportamento que a pessoa tem, geralmente uma mulher, mas pode ser homem também, que foi cunhado por um romance do século XIX. Jacinta e Fortunata, que era uma relação em que a amiga começou a se aproximar dessa mulher e começou a não somente invejar, como querer tomar o lugar dela.”

Segundo Pedreira, a síndrome envolve um desejo profundo de viver a vida da outra pessoa — inclusive com a ambição de ter filhos com o parceiro alheio.

“Ou seja, é uma síndrome caracterizada por uma pessoa que tem, às vezes, um desejo de posse, um desejo de direito e de propriedade da pessoa amada, da amiga, a ponto de desejar filhos ou querer ter aquela vida, de tomar o seu lugar.”

Ainda de acordo com o especialista, a busca não é exatamente pelo controle sobre o outro, mas sim pela estrutura emocional e familiar que essa relação representa.

“Ela vai tomar um lugar de uma estrutura que já está montada. Ou seja, se a pessoa é casada, bem estabilizada, tem um marido, ela busca, então: ‘olha, eu quero isso pra mim’. E ela vai fazer de um tudo. Então ela faz sacrifícios, ela tende a burlar determinadas coisas, a competir, há uma competitividade muito grande e um sentimento de posse, ou seja, a ponto até de querer filhos dessa pessoa.”

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