Hoje (13), a Rede de Observatórios da Segurança, instituição responsável por monitorar difundir informações sobre segurança pública, violência e direitos humanos, divulgou que o estado da Bahia reduziu os casos de violência contra a mulher.
Ainda que os casos tenham reduzido, os números ainda são altos. A cidade de Salvador lidera em registros de violência no estado: 68 ocorrências. Os dados do relatório Elas vivem: um caminho de luta expõem que mulheres continuam sendo brutalmente assassinadas com o uso de armas cortantes e outras formas perversas de execução. Em todo o estado, 96 mulheres foram mortas por feminicídio e homicídio.
Leidiane Santos de Meneses, 32 anos, teve a vida interrompida pelo marido dentro da própria casa, em Eunápolis, no extremo sul da Bahia. Ela foi uma das vítimas de feminicídio por objeto cortante, o meio de maior recorrência para cometer o crime no estado – foram 21 mulheres vitimadas. Assim como ela, a maioria das mulheres tinha de 30 a 39 anos (43,4%).
Violência e cor
O relatório aponta que a queda no número de violência contra a mulher foi de 30,2% no período de um ano. Apesar disso, 73,9% das vítimas não tiveram raça ou cor especificada.
Segundo o documento, do total de vítimas que tiveram a cor ou raça especificada 19,6% eram negras, o que revisita um contexto ainda mais cruel: a morte de mulheres negras não é apenas um reflexo da violência de gênero, mas também do racismo estrutural que as coloca em uma posição de extrema vulnerabilidade.
“Apesar da existência de leis como a Maria da Penha, a realidade que muitas mulheres enfrentam na Bahia, especialmente as negras, é uma justiça que falha em proteger e responsabilizar os agressores. A violência de gênero precisa ser vista como uma violação dos direitos humanos e um reflexo de um sistema que negligencia as desigualdades existentes”, diz Ana Paula do Rosário, que assina o texto do relatório.
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