O secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, quebrou o silêncio nesta terça-feira (12) sobre as investigações que apuram um suposto esquema de desvio de armas envolvendo policiais no estado.
Em um vídeo divulgado à imprensa, Werner afirmou que equipes já realizam operações para identificar e responsabilizar agentes suspeitos.
“A gente reafirma que a Secretaria de Segurança Pública não tolera qualquer tipo de desvio de conduta ou cometimento de crime por parte de qualquer profissional que a compõe. […] Nós estamos fortalecendo as corregedorias setoriais e gerais, e realizando diversas operações policiais àqueles [agentes] que, eventualmente, são suspeitos de cometimento de delitos”, enfatizou o secretário.
O titular da SSP-BA destacou que o processo está sob segredo de Justiça e reforçou o compromisso da pasta com a apuração rigorosa de qualquer irregularidade.
“Toda e qualquer denúncia de fato desabonador ou criminoso é devidamente apurado, seja no bojo do processo administrativo disciplinar, correcional, seja em investigações abertas”, pontuou.
ENTENDA O CASO
Vídeos de depoimentos obtidos pela TV Bahia colocam o delegado Nilton Tormes no centro de uma acusação grave: a de ter autorizado a execução de um dos informantes durante uma operação policial em julho de 2024, em Lauro de Freitas, que terminou com duas mortes e o desvio de parte de um arsenal.
Nas gravações, o soldado Ernesto Nery relata que, após a descoberta de um bunker com armas e munições, um policial perguntou a Tormes o que fazer com Joseval Santos Souza, informante que guiou o grupo até o local. Segundo Nery, o delegado respondeu:
“Dê o destino”, frase interpretada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) como ordem para matá-lo. Poucos dias depois, Joseval Santos Souza e seu enteado Jeferson Sacramento foram encontrados mortos, com sinais de tortura e perfurações de bala.
As investigações, que correm em segredo de Justiça, também revelam tentativas de Nilton Tormes e do cabo Tibério do Vale de pressionar o delegado Adailton Adam para encerrar as apurações. Apesar disso, Nery, Roque de Jesus Dórea (Capitão Dórea) e o ex-PM Jorge Adisson foram presos em agosto de 2024, com armas, drogas e dinheiro, incluindo armamento retirado do esconderijo.