O deputado federal baiano Cláudio Cajado (PP), relator da PEC da Blindagem, perdeu a linha ao ser questionado pela jornalista Andréia Sadi, da GloboNews, sobre a proposta que amplia a proteção judicial a parlamentares. Durante a entrevista, ele se irritou com a forma como a imprensa tem tratado o tema e evitou responder diretamente sobre a aprovação da PEC.
Ao ser perguntado sobre a desaprovação de 53% da sociedade à medida, Cajado rebateu com críticas à cobertura jornalística.
Se vocês da imprensa ajudassem a mostrar o que eu tento mostrar aqui, melhoraria. Porque é óbvio, a pesquisa reflete o momento. Quanto mais vocês criticam colocando o PEC da Blindagem, em vez de prerrogativa para que as pessoas possam exercer o seu mandato com a liberdade que o povo nos confere.”
Pressionado novamente, o deputado se esquivou da pergunta.
“Não, eu acho que nós… Não, não é questão de PEC da Blindagem, Andréa. Nós fomos eleitos para exercer o nosso mandato com altivez, com segurança. E, acima de tudo […] privilégio na sua opinião.”
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O que diz a PEC da Blindagem
A PEC da Blindagem foi aprovada pela Câmara dos Deputados na noite de terça-feira (16). A proposta dificulta o andamento de processos criminais contra deputados e senadores e é de autoria do atual ministro do Turismo, Celso Sabino (União-PA). O texto foi relatado por Cajado.
No primeiro turno, a PEC recebeu 353 votos favoráveis e 134 contrários. No segundo, foram 344 votos a favor e 133 contra, ambos acima do mínimo de 308 votos necessários.
Entre os 39 deputados federais da Bahia, 22 votaram a favor, 14 foram contrários, um se absteve e dois não participaram da votação.
Próximos passos no Senado
Para entrar em vigor, a PEC precisa da aprovação também no Senado. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Otto Alencar (PSD-BA), já declarou que vai trabalhar para barrar a proposta.
Sou contra a PEC da Blindagem e vou trabalhar contra ela. No Senado não passa de jeito nenhum. Não tem 49 votos”, afirmou Otto.
