Acordo descumprido

Morte de animais por choques elétricos em Praia do Forte coloca Coelba na mira do MP-BA

Um inquérito civil instaurado pelo MP-BA indicou que as mortes dos animais estão acontecendo por causa da falta de proteção nos cabos e postes

Trecho de estrada na região do Aruá, em Praia do Forte. Imagem: Google Street View/Reprodução
Trecho de estrada na região do Aruá, em Praia do Forte. Imagem: Google Street View/Reprodução

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) pediu à Neoenergia Coelba que adote medidas urgentes para proteger animais na região de Praia do Forte. A recomendação do órgão ocorre após a constatação de morte de animais por choques elétricos nas proximidades da Floresta do Aruá.

Segundo o promotor de Justiça Thomas Bryann Freitas do Nascimento, entre os animais vítimas dos choques está a preguiça-de-coleira, uma espécie ameaçada de extinção. Um inquérito civil instaurado pelo MP-BA indicou que os acidentes estão acontecendo por causa da falta de proteção nos cabos e postes. Os equipamentos são operados pela Coelba.

Segundo informações apuradas em inquérito civil, as mortes estão acontecendo por causa da falta de proteção nos cabos e postes, o que coloca em risco os animais que usam as redes como passagem entre as árvores.

“Laudos técnicos do Inema [Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos] e da Ufba [Universidade Federal da Bahia] mostram que várias preguiças morreram eletrocutadas nos últimos meses, e que há um número crescente de registros de acidentes desse tipo na região”, diz um trecho do comunicado publicado pelo Ministério Público.

Corredor ecológico da Mata Atlântica

Segundo a recomendação expedida pelo promotor de Justiça Thomas Bryann, a área da Floresta do Aruá, localizada no município de Mata de São João, faz parte de um corredor ecológico da Mata Atlântica. Esse local, argumentou o integrante do órgão ministerial, é essencial para a preservação da preguiça-de-coleira e de outras espécies.

“Mesmo com diversas reuniões realizadas com a Neoenergia Coelba, onde foram assumidos compromissos de proteção ambiental, a empresa ainda não apresentou plano completo de adequação da rede elétrica da região nem cumpriu o que foi acordado”, frisou o promotor de Justiça.