A Justiça do Distrito Federal negou o pedido de familiares do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, para decretar sigilo na investigação que apura se o jogador teria beneficiado apostadores ao receber um cartão amarelo em partida contra o Santos, válida pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2023.
A decisão, proferida pelo juiz Fernando Brandini Barbagalo, também autorizou a Polícia Federal a compartilhar as provas colhidas com o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que poderá abrir um novo inquérito sobre o caso. A solicitação do próprio atleta para reconsiderar a liberação de dados à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, no Senado, também foi rejeitada.
O magistrado determinou ainda que a operadora Blaze forneça informações sobre quatro dos indiciados no caso. A empresa é citada em mensagens extraídas dos celulares dos investigados, mas até o momento não havia repassado os dados solicitados.
Apesar das acusações, o Flamengo manteve Bruno Henrique no elenco, e ele deve ser titular na próxima partida da equipe, nesta quinta-feira (2), contra o Botafogo-PB, pela Copa do Brasil. O jogador nega qualquer envolvimento em esquema de aposta.
Bruno Henrique e outras nove pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal. O jogador e seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, respondem por fraude esportiva e estelionato. Os demais investigados, incluindo parentes e amigos próximos, foram indiciados por estelionato.
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A investigação foi motivada por movimentações suspeitas detectadas por três casas de aposta, que identificaram percentuais altíssimos de apostas voltadas exclusivamente para um cartão amarelo do jogador. Em uma delas, 98% das apostas de cartões na partida foram direcionadas a Bruno Henrique.
Investigação e Acusações
Durante a partida contra o Santos, realizada em Brasília, Bruno Henrique recebeu o cartão amarelo nos acréscimos do segundo tempo após cometer falta em Soteldo. O atacante, que estava pendurado, também foi expulso após reclamar com o árbitro.
Nos celulares apreendidos durante a operação da PF em novembro, uma mensagem chama atenção: o irmão de Bruno Henrique pergunta quando ele receberá o terceiro amarelo, e o jogador responde: “Contra o Santos.”
Agora, cabe ao Ministério Público do Distrito Federal analisar o relatório final da Polícia Federal e decidir se oferecerá denúncia formal à Justiça.
