Vídeos de depoimentos obtidos pela TV Bahia colocam o delegado Nilton Tormes no centro de uma acusação grave: a de ter autorizado a execução de um dos informantes durante uma operação policial em julho de 2024, em Lauro de Freitas, que terminou com duas mortes e o desvio de parte de um arsenal.
Nas gravações, o soldado Ernesto Nery relata que, após a descoberta de um bunker com armas e munições, um policial perguntou a Tormes o que fazer com Joseval Santos Souza, informante que guiou o grupo até o local. Segundo Nery, o delegado respondeu: “Dê o destino”, frase interpretada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) como ordem para matá-lo. Poucos dias depois, Joseval Santos Souza e seu enteado Jeferson Sacramento foram encontrados mortos, com sinais de tortura e perfurações de bala.
Investigação
A operação foi apresentada oficialmente como uma das maiores apreensões de armas do ano, com uma submetralhadora, seis fuzis e mais de mil munições. No entanto, a denúncia do MP-BA e da Corregedoria da Polícia Civil aponta que havia pelo menos 20 armas no bunker, além de pistolas, e que parte desse material foi desviada.
As investigações, que correm em segredo de Justiça, também revelam tentativas de Nilton Tormes e do cabo Tibério do Vale de pressionar o delegado Adailton Adam para encerrar as apurações. Apesar disso, Nery, Roque de Jesus Dórea (Capitão Dórea) e o ex-PM Jorge Adisson foram presos em agosto de 2024, com armas, drogas e dinheiro, incluindo armamento retirado do esconderijo.